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Tudo aquilo que estimula nossos sentidos nos afeta de alguma maneira. Conseguimos perceber isso facilmente se pensarmos nos estímulos visuais ou sonoros, em como alguns tem poder de gerar emoções diversas. Mas e o tato? Tocamos coisas frias, rígidas, ásperas, ou macias, quentes… Isso nos afeta também. O tato é o primeiro sentido desenvolvido no feto, é o sentido que nos traz as sensações e memórias mais primitivas de nossa existência.

Indo um pouco mais além, já parou pra pensar que desde o primeiro dia de nossas vidas, talvez antes mesmo de tocar a pele dos nossos pais, nossa pele esteve envolta em tecidos? Nosso maior órgão, a pele, teve, em todo o seu percurso, grande parte de sua experiência sensorial pautada pelo toque dos diferentes tecidos e fibras, e ainda assim, os tecidos são muitas vezes renegados a um status de objeto secundário em nossas vidas. Mas a verdade é que ele é das coisas mais ancestrais já criadas: por algum motivo decidimos criar essa espécie de segunda pele e com ela continuamos, após milênios. Trazer de volta um olhar mais atento aos materiais que nos adornam é uma chance de nos redescobrirmos através dos nossos sentidos mais primitivos. Que tal nos permitirmos sair um pouco do estigma de que determinados materiais servem apenas para determinadas finalidades e olhar para toda a matéria que cerca nossos corpos – e também para os nossos próprios corpos – como possibilidades abertas, de novas reflexões, de novas percepções, de uma vivência constantemente criativa?

Com isso, deixo a provocação: as roupas que você veste te trazem conforto e acolhimento ou te apertam e tem uma textura estranha? Quais são os momentos em que me sinto precisando de texturas mais suaves e em quais preciso de mais rigidez? E como é tocar a natureza? Com o que ou quem você se conecta diariamente?

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